Encontro poderá contar com a presença de Michel Temer, Paulinho da Força e de outros políticos que articulam a saída de Dilma
Representantes do STINPAN estarão em São Paulo nos dias 25 e 26 de abril para participar do seminário “Trabalhadores e Trabalhadoras em Tempos de Crise: Construindo Alternativas”, organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), como parte da programação alusiva à celebração do Dia Internacional do Trabalho, 1º de maio.
De acordo com os organizadores do evento, em vez da festa e da pirotecnia que têm marcado a comemoração da data por outras centrais sindicais, a proposta da UGT será pensar a atual conjuntura de crise social, econômica e política, agravada com a admissão do pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff pelo Congresso Nacional; o centenário do Samba e as Olimpíadas Rio 2016 também estão na pauta de discussões que acontecem em parceria com o Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Preliminarmente, os organizadores do evento destacam que com o fenômeno da globalização, os agentes do grande capital interagem e planejam em escala internacional, enquanto os sindicatos permanecem circunscritos a uma ação regionalizada e local. Francisco Pereira, secretário de Organização e Políticas Sindicais da UGT, entende a necessidade de reciclar a forma de atuação do movimento. “Nós temos que fazer algo mais denso. Por isso essa parceria para nos trazer um certo conhecimento do ponto de vista acadêmico, nos permite enxergar o que está acontecendo em outras áreas, no Brasil e em outras partes do mundo”, disparou Chiquinho, que também é presidente do Sindicato dos Padeiros de SP.
Carlos Jorge dos Santos Silva, Secretário Geral do STINPAN, esclarece que sua principal expectativa para o seminário é o debate sobre a crise econômica. “Espero que possamos discutir alternativas para enfrentar a crise, seja pelos meios legais ou por artifícios como o Programa de Proteção do Emprego (PPE) do Governo Federal. O encontro é muito político e o impeachment influi muito. A oposição ao atual governo vai participar, eles pretendem comandar o país, para isso vão precisar dos sindicatos e virão até nós pedir um voto de confiança”, comenta o sindicalista carioca.
Ainda que a programação não indique a presença dos mesmos, Michel Temer e Paulinho da Força são esperados no evento. Embora esforços entusiasmados possam ser direcionados para este fim, Carlos Jorge não vê como compactuar com o grupo do vice-presidente e de Eduardo Cunha, para ele, juntar-se a eles seria como um tiro no pé, pois a equipe que lidera a derrubada da presidenta Dilma manifesta interesse em mudar as regras trabalhistas em prejuízo do trabalhador. “Eles vêm para isso e eu estou apavorado. Existe a NR12, por exemplo, que protege o trabalhador de acidentes com máquinas, por obrigar o empresário a investir em maquinário e segurança, que está sob ameaça. Que a gente consiga construir um bom diálogo e extrair compromissos de que mudanças indesejáveis não serão efetivadas”, explicou o Secretário Geral do STINPAN.
Na próxima semana, o Portal do STINPAN vai trazer a cobertura, os informes e os desdobramentos do encontro entre os sindicalistas e com a cúpula que pretende ocupar o Planalto depois da saída de Dilma. Os diretores Jorge da Silva, colaborador da Bimbo e Edilson José dos Santos Lima, da Panco, completam o time dos padeiros do Rio que vai marcar presença e posição em São Paulo.